Menopausa e Terapia Hormonal da Menopausa (TH ou THM)
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Posicionamento
A fim de oferecer uma orientação à classe médica e à população, o Departamento de Endocrinologia Feminina e Andrologia da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia adota o seguinte posicionamento sobre a THM, após análise dos referidos estudos por um grupo de especialistas.
Indicações de THM:
- Alívio dos sintomas da menopausa;
- Conservação do trofismo vaginal;
- Preservação do osso e da pele;
- Melhora do bem-estar geral;
- Melhora da sexualidade.
Contra-indicações:
- Presença de tumores que dependam de estrogênios, como os de mama e endométrio (camada interna do útero), em atividade ou recentes;
- Tromboembolismo agudo (obstrução de um vaso sanguíneo por um coágulo);
- Exame que detecte Trombofilia – uma tendência a fazer tromboembolismo – com resultado positivo (devido à hereditariedade, doenças auto-imunes ou malignidade);
- História comprovada de tromboembolismo prévio;
- Sangramento vaginal ou lesões do endométrio, identificadas à ultra-sonografia transvaginal, ou das mamas, não esclarecidas e à mamografia;
- Doenças do fígado, principalmente quando a THM é feita por via oral.
Precauções:
- História sugestiva, mas não comprovada, de tromboembolismo já ocorrido;
- Obesidade, tabagismo, períodos de imobilização (por exemplo: após cirurgia) e presença de varizes de grosso calibre – são situações que podem facilitar o tromboembolismo;
- Mamas que, previamente, doíam antes da menstruação (Mastopatia Funcional);
- Miomas;
- Cistos de ovário.
Individualização:
- Os esquemas e vias de administração devem ser discutidos e aliados juntamente com as pacientes para que haja benefícios e boa adesão ao tratamento;
- Assim como em situações de esgotamento de glândulas endócrinas, deve-se usar hormônios que sejam exatamente iguais aos produzidos pelo organismo;
- O estrogênio só deve ser usado isoladamente em mulheres sem útero;
- Deve-se usar progesterona natural ou seus derivados nas mulheres com útero para que haja proteção do endométrio;
- O esquema cíclico seqüencial é o mais fisiológico e faz as menstruações retornarem;
- O esquema contínuo pode ser usado nas mulheres que se recusam terminantemente a menstruar, naquelas que apresentavam Tensão Pré-Menstrual (TPM) importante anteriormente (como distúrbios psíquicos e/ou enxaquecas) ou em caso de dismenorréia importante (cólicas), hipermenorréia (fluxo intenso) ou endometriose;
- A via oral pode ser a preferida, principalmente na presença de colesterol alto, mas está contra-indicada em casos de hipertensão arterial, aumento de triglicerídeos e doenças da vesícula biliar. Devemos lembrar que ela aumenta o risco para trombose.
Quando priorizamos a individualização, os medicamentos que ontem estrogênio e progesterona (ou progestágenos) isoladamente são mais adequados ao ajuste pelo médico às necessidades de cada paciente.
Monitorização:
- Logo após o início da THM, a paciente deve retornar em mais ou menos dois meses para ajuste das doses dos hormônios;
- Depois disto, deve ser reavaliada a cada seis meses e, no mínimo, anualmente;
- Antes e durante a terapia, devem ser pedidos anualmente os seguintes exames: Mamografia, Ultra-sonografia de mamas (em casos de mamas densas), Ultra-sonografia Transvaginal, exames de sangue – com dosagens das gorduras sanguíneas, provas de função hepática e dosagens hormonais – e Densitometria Óssea.
Conclusões:
- Os estudos sobre a THM como prevenção da Doença cardiovascular ainda precisam de melhor definição. Não há, no entanto, dados que excluam benefício cardiovascular com os esquemas de THM mais próximos do fisiológico e em mulheres no início do Climatério;
- Os esquemas e tipos de associação hormonal (estrogênios e progestágenos/progesterona) devem ser sempre individualizados;
- Devemos optar pela menor dose efetiva de estrogênio associado à progesterona natural (ou seus derivados) nas mulheres com útero;
- A duração dependerá das metas estabelecidas com a paciente, devendo ser avaliada periodicamente levando-se em conta indicação versus contra-indicação;
- Devemos, também, orientar as mulheres a terem um estilo de vida mais saudável, sem tabagismo, com alimentação adequada, rica em cálcio e pobre em gorduras, e atividade física regular; pois isto é importantíssimo principalmente nas mulheres após a menopausa.
Fonte: SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia)
Por: Dra. Amanda Athayde