Miomas uterinos

Voltar
Patologia ginecológica muito comum que atinge cerca de 30% das mulheres aos 30 anos, chegando a até 50% das mulheres com mais de 45 anos. Incide de três a nove vezes mais em mulheres da raça negra. A maioria não apresenta sintomas e apenas um seguimento através de ultrassonografia será recomendável. Em boa parcela destas pacientes o mioma permanecerá estável durante anos a fio.
A causa do mioma é desconhecida. O que se sabe é que a progesterona e o estrogênio influenciam o seu desenvolvimento. Tanto que com a chegada da menopausa, e a queda na produção de hormônios estrogênios, o mioma costuma diminuir de tamanho.
Trata-se de um crescimento anormal das células da musculatura do útero formando um tecido fibrótico que pode alterar o formato do órgão à medida que cresce.
TIPOS DE MIOMAS
Dividem-se basicamente em três tipos: subserosos (miomas externos), intramurais (no meio do músculo) e submucosos (na camada interna do útero, no endométrio).
Os miomas subserosos podem crescer e atingir grandes volumes, distorcendo o formato uterino e levando a sintomas dolorosos em decorrência de compressão de estruturas vizinhas ou por degeneração.
Os miomas submucosos modificam a estrutura do endométrio, aumentando a área de proliferação e descamação menstrual, assim como o calibre e quantidade dos vasos desta região, levando muitas vezes a menstruações volumosas, além de causar fraqueza, palpitação e anemia na paciente.
Os miomas intramurais serão em sua maioria assintomáticos, mas os que se aproximarem da porção interna do útero, poderão se comportar semelhantemente aos miomas submucosos.
INFERTILIDADE
Para a fertilidade feminina os miomas submucosos serão os grandes vilões. Enquanto não forem removidos cirurgicamente, dificilmente estas mulheres conseguirão engravidar. Já na gravidez os miomas podem crescer aumentando a incidência de dor abdominal, além do risco maior de parto prematuro.
DIAGNÓSTICO
Para o diagnóstico de mioma a história clínica, o exame ginecológico completo e a realização de ultrassonografia transvaginal são de grande valor. A ressonância nuclear magnética e a histeroscopia diagnóstica podem servir como auxiliares quando se há uma grande suspeita e para um melhor planejamento terapêutico.
TRATAMENTO
Não existe um medicamento que o faça desaparecer. Algumas drogas conseguem impedir o seu crescimento ou até reduzir o seu tamanho temporariamente, mas como elas causam efeitos colaterais importantes, não podem ser utilizada por mais de seis meses. Na sua interrupção os miomas retornam o crescimento atingindo o tamanho inicial ou até maiores. Quando o mioma se desenvolve e produz sintomas as opções de tratamento são:
  • Uso de medicação ou pílula anticoncepcional;
  • Intervenção não-cirúrgica como a embolização da artéria uterina (técnica indicada para adiar ou não fazer a cirurgia – esta opção não é adequada quando se há desejo de reprodução futuro);
  • Cirurgia para retirada do mioma e, nos casos graves, de retirada do útero (histerectomia).
O tratamento cirúrgico do mioma uterino é considerado de acordo com as características de cada caso e a idade da paciente. A decisão leva em conta além do desejo de uma futura gestação, o tamanho, a localização e o número de miomas. A conduta cirúrgica pode ser conservadora, quando apenas o mioma é retirado (miomectomia) ou radical, quando inclui a histerectomia. A cirurgia radical envolve a retirada do corpo uterino doente, apenas, com a preservação do colo do útero. O procedimento conserva intactos os elementos de fixação da cavidade uterina bem como a vascularização e inervação da parte alta da vagina (cúpula) e do assoalho da bexiga e não afeta a sensibilidade ou condição da mulher, do ponto de vista da prática sexual.