Histeroscopia Cirúrgica: O que é e como é feita
VoltarConsiste de técnica cirúrgica minimamente invasiva capaz de detectar e tratar as patologias da cavidade uterina por via endoscópica, pela via vaginal, sem necessidade de cortes ou pontos. Uma câmera associada a um conjunto de microinstrumentos é introduzida dentro do útero após dilatação do colo e permite tratar lesões aí localizadas, como miomas submucosos, pólipos endometriais, sinéquias, septos uterinos, cicatrizes hipertróficas de cesariana e espessamentos endometriais. Permite também a realização de biópsia dirigida das áreas suspeitas e da endometrectomia/ ablação de endométrio para diminuir o fluxo em casos de menstruação volumosa. O útero é distendido com uma solução líquida que permite distender a cavidade e lavá-la durante o ato cirúrgico. São utilizadas alças em formato de “C” ou roller ball para ressecar as áreas desejadas com corrente elétrica e cauterizar o seu leito. Todo material retirado é enviado para estudo anátomo patológico de rotina.
O procedimento é realizado em hospital, no regime de internação dia, sob anestesia que pode ser de bloqueio, como a raquianestesia, ou com sedação/anestesia geral venosa, tem curto tempo cirúrgico, em torno de 30 minutos, com alta prevista no mesmo dia, aproximadamente duas a seis horas após o seu término. A recuperação costuma ser rápida, com a percepção de fluxo tipo menstrual e leves cólicas uterinas. Pede-se restrição de atividades físicas e sexuais por 7 dias para plena recuperação. As complicações são pouco frequentes na histeroscopia cirúrgica e consistem de sangramento, perfuração uterina que implica em suspensão da cirurgia ou necessidade de videolaparoscopia, intoxicação hídrica pelo meio de distensão e riscos anestésicos.
– “Preparo, Técnica e Riscos da Cirurgia Histeroscópica com Ressectoscópio”, do livro “ Tratado de Endoscopia Ginecológica, Cirurgia Minimamente Invasiva”, Editora Revinter, sob a edição do Prof Dr Claudio Crispi e escrito pela Dra Daniela B F Q Diniz.